Para qualquer fã da série/anime Cardcaptor Sakura, a estreia da continuação da série foi uma novidade de nos deixar aos pulos, mas será que esta corresponde às expectativas dos velhos fãs?
Quando a temporada estreou eu acompanhei todos os episódios e esperei ansiosamente por cada um. Mas infelizmente a essência da Sakura de 1998 não se encontrava na Sakura de 2018. Sim, as crianças crescem, mas a nossa querida Sakura era conhecida pela simpatia e pela sua à vontade com os outros meninos. Nesta temporada, Sakura Kinomoto parece mais tÃmida e introvertida com os estranhos, ao contrário do que aconteceu quando Shaoran e Meiling foram transferidos para a sua turma.
Outro ponto a referir foi o quanto esta nova temporada se focou na entrada e na história da nova aluna, Akiho. Toda esta continuação da série foca-se mais na parte da escola do que na parte mágica da série, deixando muito a desejar.
A própria relação de Sakura com as cartas, que foi uma parte muito importante das duas temporadas anteriores, não está refletida nesta temporada. Quando Sakura vê todas as suas cartas transformarem-se em branco, a sua perda não está representada propriamente. Todos se lembram de quando a carta espelho foi com o Touya às compras, criando uma relação muito fofa com ele que nos deixava a desejar mais, ou quando a Sakura deu uma prenda a todas as cartas?! Nada disso estava refletido nesta temporada, ou como eu gosto de referir, nova série.
O estilo de arte alterou-se, mas isso é normal num intervalo de tempo de 18 anos, todos os artistas mudam, mas algo que não apreciei foi toda a inserção de sÃmbolos japoneses no meio da imagem, sendo que para qualquer fã não-japonês, eles não têm qualquer significado e não existiam nas temporadas anteriores. A única coisa comum foi a banda sonora da série.
Claro que houve pontos positivos, adorei ver a relação do Kero com o Spinnel pela internet, simbolizando que as amizades podem continuar mesmo com a distância entre continentes. Também achei fantástico finalmente ver o relacionamento de Sakura com Shaoran, embora fosse todo muito reservado, mas, essa caracterÃstica é comum na cultura asiática. Outro grande ponto positivo foi como inseriram as novas tecnologias na série, mostrando smartphones e vÃdeo-chamadas por Skype.
Infelizmente os pontos negativos foram mais fortes que os positivos: a ausência de Yukito de personagem principal para secundária, assim como a diminuição de tempo de ecrã de Tomoyo, quase que senti que esta estava a ser substituÃda pela Akiho, e que removeram a parte queer dela, tornando-a menos obcecada pela sua melhor amiga. Parece que a série que estreou nos final dos anos 90 foi mais progressiva que a que estreou agora, abraçando mais as crushes do mesmo sexo, permitindo a diversidade. Dá para reparar que a relação do Touya e Yukito é quase só de amizade, quando nas temporadas passadas foi reforçados os sentimentos amorosos entre um e outro.
Acho que esta nova temporada conta muito com a nostalgia dos fãs pela série, esquecendo-se que têm que dar algo para os fãs quererem continuar a ver. E a história desta "nova série"?! Confusa, e no final não é explicada, deixando os visualizadores mais confusos.